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demência

Pinceladas de uma loucura anunciada abusam de mim como sua tela em dias como este, onde a exaustão do que não quer ser feito se apodera de toda a minha falta de vontade para a concretizar no ócio de luzes que dificilmente poderiam ser mais monocromáticas. Perco-me na ambiciosa serenidade oceânica de nada fazer, mirando o algodão do pensamento como quem busca um fio mais branco que todos os seus níveos irmãos, brinco no baloiço da impaciência que tanto teima em oscilar sem a bravura necessária para me lançar no longínquo. Parece uma eternidade, este momento que dura dias a passar, teimando e insistindo para que seja concluída a tarefa que, a ser genuinamente cândida, nunca deveria ter sido iniciada. Parece um instante, a eternidade que passou enquanto era evitada essa mesma tarefa, numa tentativa desesperada de que de olhos cerrados os problemas se transformassem em fumo de cores infinitas, embelezando a era que se seguiria, beleza inocente para todo o meu exíguo sempre. E é todo o empenho em adiar o necessário que torna em cinza a própria chama presente a cada alvorada, corrói os elos com o mundo até deles restar uma pobre memória, transforma toda a sensatez em penosa demência.

"Mas a operação de escrever implica a de ler como seu correlativo dialético, e estes dois actos conexos precisam de dois agentes distintos. É o esforço conjugado do autor e do leitor que fará surgir o objecto concreto e imaginário que é a obra do espírito."

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Hábitos Breves

"Gosto dos hábitos que não duram; são de um valor inapreciável se quisermos aprender a conhecer muitas coisas, muitos estados, sondar toda a suavidade, aprofundar a amargura. Tenho uma natureza que é feita de breves hábitos, mesmo nas necessidades de saúde física, e, de uma maneira geral, tão longe quanto posso ver nela, de alto a baixo dos seus apetites. Imagino sempre comigo que esta ou aquela coisa se vai satisfazer duradouramente - porque o próprio hábito breve acredita na eternidade, nesta fé da paixão; imagino que sou invejável por ter descoberto tal objecto: devoro-o de manhã à noite, e ele espalha em mim uma satisfação, cujas delícias me penetram até à medula dos ossos, não posso desejar mais nada sem comparar, desprezar ou odiar. E depois um belo dia, aí está: o hábito acabou o seu tempo; o objecto querido deixa-me então, não sob o efeito do meu fastio, mas em paz, saciado de mim e eu dele, como se ambos nos devêssemos gratidão e estendemo-nos a mão para nos despedirmos. E já um novo me aguarda, mas aguarda no limiar da minha porta com a minha fé - a indestrutível louca... e sábia! - em que este novo objecto será o bom, o verdadeiro, o último... Assim acontece com tudo, alimentos, pensamentos, pessoas, cidades, poemas, músicas, doutrinas, ordens do dia, maneiras de viver." Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'