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vigília

Há um par de horas que a penumbra se apoderou de um quarto que pouco ou nada de relevante tem para contar. Decidiste esquecer a janela aberta, convidando a entrar o brilho sonhador do céu pintado de branco e o frio de mais uma noite de um Inverno que se mostra pouco rigoroso. Durante esse par de horas sonhadoras, formulaste ideias e pensamentos voláteis cujo fim é pouco certo, tentando encontrar projectos de mil cores para cair no tão desejado sono profundo, delicioso subterfúgio que te afasta de tudo o que invariavelmente te abespinha e que terminantemente ambicionas deixar para trás.
Infelizmente, nas últimas noites a falta de sono conquista tudo o que em ti vive, forçando-te a viver tudo aquilo de que pretendes fugir uma e outra vez. Estás cansado de evasivas, mas sabes também que são elas que, de um momento para o outro, podem alterar o teu modo de estar. Prostrado no colchão pouco ou nada confortável, enterras os cabelos na almofada à espera que o cansaço derrube a insónia, e que todas as ideias infames que produzes, acerca daquilo que irás fazer no dia seguinte para te salvar, se esvaeçam no ar gélido.
Estás cansado, é compreensível. Tudo o que ambicionavas no passado apresenta-se agora como fútil, nada interessante, pouco digno do esforço que estavas disposto a aplicar. Como tal, à falta de verdadeiras direcções que sabes querer tomar, decides fazer uma pausa, vivendo nos livros as vidas que outros sabem criar de uma forma infinitamente mais criativa e bela do que aquela que tu usas para criar a tua. Apetece-te estar sozinho, tornar-te outra pessoa, e no entanto mesmo isso falha.

Nem tudo seria mau, se pelo menos conseguisses dormir.

"Mas a operação de escrever implica a de ler como seu correlativo dialético, e estes dois actos conexos precisam de dois agentes distintos. É o esforço conjugado do autor e do leitor que fará surgir o objecto concreto e imaginário que é a obra do espírito."

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Hábitos Breves

"Gosto dos hábitos que não duram; são de um valor inapreciável se quisermos aprender a conhecer muitas coisas, muitos estados, sondar toda a suavidade, aprofundar a amargura. Tenho uma natureza que é feita de breves hábitos, mesmo nas necessidades de saúde física, e, de uma maneira geral, tão longe quanto posso ver nela, de alto a baixo dos seus apetites. Imagino sempre comigo que esta ou aquela coisa se vai satisfazer duradouramente - porque o próprio hábito breve acredita na eternidade, nesta fé da paixão; imagino que sou invejável por ter descoberto tal objecto: devoro-o de manhã à noite, e ele espalha em mim uma satisfação, cujas delícias me penetram até à medula dos ossos, não posso desejar mais nada sem comparar, desprezar ou odiar. E depois um belo dia, aí está: o hábito acabou o seu tempo; o objecto querido deixa-me então, não sob o efeito do meu fastio, mas em paz, saciado de mim e eu dele, como se ambos nos devêssemos gratidão e estendemo-nos a mão para nos despedirmos. E já um novo me aguarda, mas aguarda no limiar da minha porta com a minha fé - a indestrutível louca... e sábia! - em que este novo objecto será o bom, o verdadeiro, o último... Assim acontece com tudo, alimentos, pensamentos, pessoas, cidades, poemas, músicas, doutrinas, ordens do dia, maneiras de viver." Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'