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vulgaridade

Tantas ideias para escrever, em qual pegar? Nos últimos dias parece que tenho a cabeça repleta de futilidades, nódoas na consciência que apenas nela se encontram para esconder o que verdadeiramente tenho de fazer mas que aparentemente surge como difícil de deslindar. De qualquer das maneiras, aqui vai um pensamento.
“O destino da raça humana está nas mãos de pessoas bem mais adequadas ao desafio do que eu. Apesar da vantagem ou não de invenções prodigiosas poderem dar lugar a outro texto, convém não descurar destas enquanto escrevo e, por isso, não o vou fazer. Melhor do que isso, e na senda daquilo que tenho feito e que é sem dúvida o meu território, vou por ora cingir-me ao meu próprio achincalhamento. Sou preguiçoso, não muito brilhante de cabeça e, mais do que tudo, um desmotivado de primeira categoria que sabe de antemão que jamais estará envolvido numa descoberta que mudará o rumo da humanidade. Restar-me-ia então a suposta paz intrínseca da vulgaridade do ser. No entanto, ao chegar a esta rápida e confortável conclusão, sinto de imediato uma pontada na moral que me diz que mesmo não tendo recebido no legado uma mente pujante em inventos fantásticos deveria talvez tornar-me um instrumento útil para aqueles que dotados nasceram. Então, deveria servir a humanidade e ajudar a que este mundo fosse melhor daqui a outros dois mil anos.
Ora porra, que se dane isso! Se há gente mais talentosa para gerir um pais, descobrir vacinas, conhecer o que o espaço tem para nos mostrar, inventar porcas e parafusos, porque raio não deixar esse trabalho para essas mesmas pessoas? Porque não posso eu viver à sombra desses que inventam e fazem, sem que para isso tenha de sentir um aperto na decência? Sociedade esquisita, esta a nossa, que nos obriga a fazer as coisas – mesmo que a contra-gosto – para que assim consigamos subsistir.

Não pedi a ninguém para existir e, verdade seja dita, ninguém me força a continuar a tal existência. No entanto, gostava de levar uma vida onde a tal paz trazida pela minha vulgaridade me deixasse viver. Viver para existir, é certo, mas pelo menos para não ter possibilidade de pensar nisso.”

"Mas a operação de escrever implica a de ler como seu correlativo dialético, e estes dois actos conexos precisam de dois agentes distintos. É o esforço conjugado do autor e do leitor que fará surgir o objecto concreto e imaginário que é a obra do espírito."

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Hábitos Breves

"Gosto dos hábitos que não duram; são de um valor inapreciável se quisermos aprender a conhecer muitas coisas, muitos estados, sondar toda a suavidade, aprofundar a amargura. Tenho uma natureza que é feita de breves hábitos, mesmo nas necessidades de saúde física, e, de uma maneira geral, tão longe quanto posso ver nela, de alto a baixo dos seus apetites. Imagino sempre comigo que esta ou aquela coisa se vai satisfazer duradouramente - porque o próprio hábito breve acredita na eternidade, nesta fé da paixão; imagino que sou invejável por ter descoberto tal objecto: devoro-o de manhã à noite, e ele espalha em mim uma satisfação, cujas delícias me penetram até à medula dos ossos, não posso desejar mais nada sem comparar, desprezar ou odiar. E depois um belo dia, aí está: o hábito acabou o seu tempo; o objecto querido deixa-me então, não sob o efeito do meu fastio, mas em paz, saciado de mim e eu dele, como se ambos nos devêssemos gratidão e estendemo-nos a mão para nos despedirmos. E já um novo me aguarda, mas aguarda no limiar da minha porta com a minha fé - a indestrutível louca... e sábia! - em que este novo objecto será o bom, o verdadeiro, o último... Assim acontece com tudo, alimentos, pensamentos, pessoas, cidades, poemas, músicas, doutrinas, ordens do dia, maneiras de viver." Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'