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o desconforto

Sempre fui da opinião de que, na eventualidade de estarmos a fazer algo a contra-gosto, e uma vez que a vida é curta e deve ser aproveitada da melhor maneira possível, o melhor será mesmo pôr o que quer que seja que nos está a incomodar de lado e partir para outra o mais cedo possível. Constantemente assim pensei, fiz e disse aos outros para o fazerem também. Repara, apesar de toda gente procurar um sentido para a vida, – devido ao hábito de causa/efeito em que estamos permanentemente envolvidos – a única certeza que podemos ter é o de sermos nós os criativos na obra desse mesmo sentido. Vivemos por produto do acaso mas é certamente demasiado penoso pensar deste modo e é por isso que nos obrigamos a orientar a nossa vida para determinados objectivos a que nos propomos atingir, chegando à conclusão que, no caso de os atingirmos, a nossa vida fez todo o sentido. No entanto, quando morrermos, não há sentido de vida, moral ou legado que nos valha. Estamos mortos, fazemos parte da terra e é para ela que serviremos de alimento, nada mais do que isso. Ora, se a morte é o fim, e se para nós não vai haver nada mais que isso, tentemos ao menos aproveitar os 70, 20 ou 100 anos que por aqui andamos. Realmente aproveitar. Em vez de sobrevivermos, experimentemos viver.
É aproximadamente neste ponto que o meu dia a dia actual me entristece. Por muito pequeninos que nos possamos sentir, existem coisas por de mais que nos podem prender a atenção e fascinar durante uma vida. Se a evolução nos facultou dos sentidos que dispomos, porque é que os utilizamos tão mal? Em vez de nos preocuparmos em sentir todo o mundo que nos rodeia, a experimentar cada bocadinho dele, passamos o tempo a contemplar mediocridades, a arranjar problemas com quem nos rodeia e a tentar arranjar ocupações para passar o tempo. O que mais me chateia não é que os outros sejam assim, mas que eu também seja assim! Não me importa que tu o sejas assim, nada mesmo, se és feliz como vives! Mas eu não sou, eu preciso de experimentar o mundo, preciso de conhecer o máximo que possa, de o sentir, de o cheirar e saborear! Preciso porque não me faz qualquer diferença ser rico ou pobre, obter ou não reconhecimento, deixar ou não deixar filhos - arre, mesmo que o mundo inteiro decida deixar de ter filhos, quem é que vai restar para se queixar e censurar? - e muito menos terei qualquer problema se deixar uma imagem positiva ou negativa quando morrer.
Não pedi a ninguém para viver, há 21 anos atrás estava morto e não me queixava e não espero queixar-me quando o coração deixar de bater. Mas já que aqui estou, devia aproveitar cada dia para conhecer algo novo, devia soltar-me daquilo que tenho medo e partir à descoberta do máximo de experiências que posso obter.
Não posso pedir que todos pensem da mesma maneira que eu, mas isso não me vai fazer deixar de pensar que os valores pelos quais a maior parte das vidas se regem estão completamente trocados. O que eu devia fazer, era deixar o curso que realmente desprezo e a casa que me deixa claustrofóbico, e partir à descoberta do que quer que esteja à minha espera.

Pois é. Gostava de ter a coragem que me falta, digo para mim mesmo. Ser cobarde é exasperante.

"Mas a operação de escrever implica a de ler como seu correlativo dialético, e estes dois actos conexos precisam de dois agentes distintos. É o esforço conjugado do autor e do leitor que fará surgir o objecto concreto e imaginário que é a obra do espírito."

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Hábitos Breves

"Gosto dos hábitos que não duram; são de um valor inapreciável se quisermos aprender a conhecer muitas coisas, muitos estados, sondar toda a suavidade, aprofundar a amargura. Tenho uma natureza que é feita de breves hábitos, mesmo nas necessidades de saúde física, e, de uma maneira geral, tão longe quanto posso ver nela, de alto a baixo dos seus apetites. Imagino sempre comigo que esta ou aquela coisa se vai satisfazer duradouramente - porque o próprio hábito breve acredita na eternidade, nesta fé da paixão; imagino que sou invejável por ter descoberto tal objecto: devoro-o de manhã à noite, e ele espalha em mim uma satisfação, cujas delícias me penetram até à medula dos ossos, não posso desejar mais nada sem comparar, desprezar ou odiar. E depois um belo dia, aí está: o hábito acabou o seu tempo; o objecto querido deixa-me então, não sob o efeito do meu fastio, mas em paz, saciado de mim e eu dele, como se ambos nos devêssemos gratidão e estendemo-nos a mão para nos despedirmos. E já um novo me aguarda, mas aguarda no limiar da minha porta com a minha fé - a indestrutível louca... e sábia! - em que este novo objecto será o bom, o verdadeiro, o último... Assim acontece com tudo, alimentos, pensamentos, pessoas, cidades, poemas, músicas, doutrinas, ordens do dia, maneiras de viver." Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'