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quatro paredes e uma porta

Do meu lado esquerdo tenho todos os livros que possuo, boa companhia se têm mostrado, levando-me a viver vidas que tanto tenho como dos intervenientes da história e do seu autor, como minhas. À minha frente está uma chávena de chá, - de facto, está uma chávena, porque o chá já há muito desapareceu - o estático portátil onde escrevo estas linhas e uma qualquer música dos Elysian Fields a acompanhar. É estranho o tempo que ainda consigo perder em frente a este computador, sempre a fazer qualquer coisa supostamente produtiva mas que em nada me agrada. Do lado direito, a parte melhor do meu quarto. Digam que o meu agrado devia ficar do lado esquerdo, não interessa, neste caso está do lado direito. Uma brancura imensa ocupa todo o céu, o que está por baixo não interessa, é como um grande borrão - tal como são quase todas as cidades deste país - criado por uma falta total de planeamento. Como digo, não interessa. O esplendor, esse prende-se com o que está lá em cima, com a liberdade e plenitude que todo este céu de Novembro transmite. Atrás de mim tenho uma parede recheada de boas recordações, como portais de um qualquer livro de ficção por onde posso recuar no tempo. Ao lado da ficção, a realidade: a porta que chama “sai deste quarto” onde passo a maior parte da minha vida, quer queira quer não, e que me leva a experimentar tudo o que me faz realmente feliz.

No entanto, hoje não lhe dou ouvidos. Hoje, o meu dia quer-se aqui, entre as quatro paredes e sem passar por aquela porta. Há dias assim.

"Mas a operação de escrever implica a de ler como seu correlativo dialético, e estes dois actos conexos precisam de dois agentes distintos. É o esforço conjugado do autor e do leitor que fará surgir o objecto concreto e imaginário que é a obra do espírito."

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Hábitos Breves

"Gosto dos hábitos que não duram; são de um valor inapreciável se quisermos aprender a conhecer muitas coisas, muitos estados, sondar toda a suavidade, aprofundar a amargura. Tenho uma natureza que é feita de breves hábitos, mesmo nas necessidades de saúde física, e, de uma maneira geral, tão longe quanto posso ver nela, de alto a baixo dos seus apetites. Imagino sempre comigo que esta ou aquela coisa se vai satisfazer duradouramente - porque o próprio hábito breve acredita na eternidade, nesta fé da paixão; imagino que sou invejável por ter descoberto tal objecto: devoro-o de manhã à noite, e ele espalha em mim uma satisfação, cujas delícias me penetram até à medula dos ossos, não posso desejar mais nada sem comparar, desprezar ou odiar. E depois um belo dia, aí está: o hábito acabou o seu tempo; o objecto querido deixa-me então, não sob o efeito do meu fastio, mas em paz, saciado de mim e eu dele, como se ambos nos devêssemos gratidão e estendemo-nos a mão para nos despedirmos. E já um novo me aguarda, mas aguarda no limiar da minha porta com a minha fé - a indestrutível louca... e sábia! - em que este novo objecto será o bom, o verdadeiro, o último... Assim acontece com tudo, alimentos, pensamentos, pessoas, cidades, poemas, músicas, doutrinas, ordens do dia, maneiras de viver." Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'